Documentando que alguém foi feliz...
Perto daqui, há tempos atrás...
Este conjunto de palavras, não é um artigo científico, não é um ponto de vista filosófico, não é um texto retirado de um livro e não são relatos de um indivíduo apaixonado, é apenas um conjunto de “Inspirações das madrugadas sem Morpheu”. Algo, em uma dessas noites, me inspirou a falar sobre o romantismo e o ser romantico. Deveras. Se você acredita na possível existência de um ser tão completo, embora tão distante, deleite-se. Se não acredita, sonhe com ele ou desista desse bolo de idéias que se segue. Tenho dito.
O romantismo, é algo leve, doce, que merece cuidado. É timido, conquista e transmite, com todo o respeito, o desejo. Que implora por olhares, que abraça o coração, que sente os beijos e aproxima-se da alma. Chega de forma delicada e sutil, sem querer tomar conta de um novo espaço, sem invadí-lo, sem cobrança e sem coação. Está sempre no seu momento, sentindo as vibrações do que é dito, fazendo com que cada palavra que está sendo pronunciada, seja correspondida instantaneamente, com um olhar atencioso e preciso. É algo que transmite à alma, pureza e bem-estar, é algo que passa por nossos sentidos de forma vagarosa, para que possa ser apreciada e manifestada, sem sustos e sem novidades. É algo que faz dos sentimentos, aprendizes e não escravos. Tão natural, tão costumeiro e ao mesmo tempo tão diferente e tão inovador. Capaz de uma evolução imensurável, sem ser ciência, sem ser verdade absoluta, sem ter conceito ou definição, algo que se desenvolve entre pares e mais ninguém. Particularidades reservadas e compartilhadas...como explicar? Não devo...
“Quando digo 'eu te amo', estou me amando em você.” Clarice Lispector
O romantico não deve ser estudado, não deve ser pesquisado, não deve ser pensado, apenas compreendido. Compreensão extensa, mas ao mesmo tempo, simples e descontrolada. Não é pre-determinado, é algo que surgi de forma natural, sem planos, sem projetos, sem planilhas, sem controle. Uma surpresa, um mistério, uma forma positiva, melancólica, suave e que sempre chega aos seus ouvidos sussurando a felicidade. Não tem cor, não tem valor (material), não tem manual, não tem vícios, só necessidades, as quais sabemos alimentar, mesmo desconhecendo-as.
“Vivo de um segredo que erradia em raios luminosos, que me ofuscariam se eu não os cobrisse com um manto de falsas certezas.” Clarice Lispector
Seus comportamentos são inesperados, mas não assustadores...Surpresas, coisas entrelinhas e entre amores. Os olhares profundos e demorados, demonstram a fortaleza existente entre dois seres. E é aí que percebemos que somos um material irrisório, no meio de uma força espiritual, que capacita os corações. Algo tão imenso, mas tão relativo, onde não é preciso delimitar territórios, não os tem. Não existe posse, não existe prioridade, deveras, nos sentimos empossados sem sermos. O protocolo é obvio, devemos sempre querer pouco, aos poucos. O coração não delimita capacidades e sim necessidades, no envolvimento não há exageros. É tão suficiente quanto o pensar e tão necessário quanto o ter, sem possuir. Não existe exigencias, nem preferencias, só amor. A sinceridade transmitida vai de tão simples a tão complexa, não existe explicação. Só o amor, cura o amor, e todo o universo, passa despercebido...
“Direis agora, tresloucado amigo. O que conversas com elas, que sentido tem quando estão contigo, e eu vos direi: Amai para entende-las, pois só quem ama tem ouvidos capazes de ouvir e entender estrelas.” (adp.) Olavo Bilac.